#tbt Mulher no volante, competitividade constante!!!

 

Há exatamente um ano, o diretor do The Kart Championship, Lucas Prates, publicou uma reportagem para o site do Kartódromo de Betim intitulada “Mulher no voltante, competitividade constante!”. A matéria tratava sobre a presença de mulheres no kartismo amador, o interesse delas pelo esporte, e os prováveis motivos de até então haver poucas mulheres se aventurando nas corridas.

A reportagem contou ainda com uma entrevista bem legal com a piloto Bárbara Brier, que trouxe a visão feminina do tema. Bárbara participou recentemente do projeto de Captação de Novos Pilotos do The Kart, e está demonstrando muito interesse em retomar o esporte que é sua paixão.

O material não está mais disponível em seu veículo original. Mas aqui no site você pode conferir a matéria completa. O The Kart espera que possa servir de motivação para mais pilotos, homens e mulheres, tomarem a iniciativa de se envolverem com o esporte.

 

Mulher no volante, competitividade constante!

O automobilismo, por questões culturais, não tem grande participação feminina. Por enquanto. Em um mundo cada vez mais globalizado e com mais participação das mulheres em todos os setores, inclusive na política e economia, os esportes a motor logicamente não ficariam de fora desta tendência.

O kartismo mineiro não fica de fora. Em 2016 aconteceu a estreia da categoria feminina na badalada Copa CDL o Tempo de Kart, que contou com mais de 20 mulheres em um torneio com quatro etapas de pura emoção e adrenalina. Em 2017 foi a vez de um dos campeonatos mais tradicionais do Estado, o Net Kart, iniciar uma categoria só para elas. É uma prova de que chegou a hora delas acelerarem de vez e curtirem a adrenalina das corridas.

O Kartódromo de Betim entrevistou com exclusividade a piloto Bárbara Brier, que participou da Copa CDL e agora está disputando o Net Kart, nas categorias femininas de ambos. Queríamos saber qual a opinião de uma piloto em relação ao panorama atual do automobilismo e ao movimento recente de inclusão feminina no esporte. As respostas foram bastante interessantes, confira a seguir na íntegra a entrevista.

 

  1. O automobilismo no mundo inteiro é um esporte predominantemente masculino. Por que você acha que isso acontece e o que você acha que poderia ser feito para incentivar mais mulheres a praticarem os esportes a motor?

– Primeiro acho que por cultura o homem brinca de carrinho e a mulher de boneca quando pequenos, com isso às vezes as meninas podem acabar achando que não têm o direito de brincar de carrinho. Elas não são incentivadas a andar de bicicleta, a correr e sentirem a velocidade, e metaforicamente,  dirigir a própria vida. Entendo nessa ótica que a mulher é preparada para cuidar e o homem para desbravar.

– O automobilismo tem aquela essência de você tomar direção da sua vida, sentir a adrenalina. E por causa disso as mulheres da forma que foram educadas vão cuidar, ficar introspectivas, ficar em casa, se cultuar e cuidar dos outros, e não tomar decisões. Acho que isso justifica o fato de o automobilismo ser mais voltado para homens.

– O incentivo mesmo é mostrar que isso é possível, que não é falta de feminismo gostar de carro e conduzir a própria vida. A sensação no kart, no autódromo, no off road, esse é o poder que o automobilismo dá em sua vida.

 

  1. O desejo em geral dos organizadores de campeonatos é de fazer campeonatos mistos, onde homens e mulheres possam competir de igual pra igual. Porém às vezes são criadas categorias exclusivamente femininas justamente para tentar atrair mais este público. Você acha esta uma boa iniciativa?

– Acho muito legal ter categoria feminina, porque isso ainda não é uma coisa comum no cotidiano das mulheres. Estamos em uma época de dar mais autonomia às mulheres, então isso ajuda a quebrar o machismo no automobilismo, a mulher é atraída quando está entre outras mulheres. Para a mulher começar a se misturar neste esporte ela precisa primeiro ser recebida por mulheres, para depois perceberem que podem competir juntas com homens. A isca pra mulher poder chegar no esporte sem preconceitos é tendo a categoria feminina.

 

  1. Como você se imagina competindo em uma categoria mista, com pilotos de mesmo nível técnico que o seu? Esperaria alguma dificuldade diferente? Se sentiria mais motivada ou mais receosa?

– Se eu for competir em categorias mistas contra pilotos de mesmo nível técnico, eu já com mais experiência, eu me sentirei muito feliz. É um desafio e uma quebra de paradigma pra mim, e sabendo que estou no nível deles, eu acharia fantástico. No começo talvez teria algum estranhamento, mas acredito que é um processo de integração, acho que seria muito bacana. E sem ter justificativa de tempo de experiência ou por ser homem ou mulher, todos estaríamos nas mesmas condições.

Reportagem original por Lucas Prates

 

Redação: Lucas Prates
Fotos: Bruno tô na folia, etapa do Net Kart 2017.